Imagem: Quase nômade
Viajar sempre foi uma paixão que cultivo desde criança. Guardo memórias afetivas e ainda nítidas das viagens que fazia com minha mãe e com o meu pai, de carro, pelo Brasil afora. Naquela época, avião era um luxo restrito apenas às classes mais abastadas. As longas distâncias em nosso país continental não eram, contudo, um empecilho para dois jovens na casa de seus 30 anos e uma criança resiliente, que topava dormir em qualquer espelunca na beira da estrada, contanto que houvesse um mar à espera dali a uns 500km.
A relação dos/as mineiros/as com o mar tornava as viagens praianas ainda mais especiais, em uma mistura de ansiedade, desespero e comicidade. Somos um povo acolhedor, simpático e que habita locais pacatos, bucólicos, com belas paisagens montanhosas, cachoeiras de águas límpidas e cristalinas, em meio ao Cerrado ou à Mata Atlântica. Mas não temos o mar – e vê-lo ao menos uma vez por ano era algo que não poderia ser exclusividade dos mais ricos. Guarapari pode ser vista, então, como o exercício da felicidade democrática que todo/a mineiro/a merece, ao se banhar, ou mesmo admirar uma imensa lagoa de águas salgadas.
Com o passar dos anos, e com uma ascensão social dentro da classe média, Guarapari passou a ser desprezada e a Bahia e o Nordeste como um todo se tornaram nossas novas meninas dos olhos. Aquelas duas semanas a mais de 1000km de casa passavam como um sopro. O último dia na praia era sempre um dia de choro. Mas sempre dizíamos “até breve” ou, até daqui a 365 dias! Com o Nordeste todo conhecido, a fonte para matar a sede de explorar novos lugares deixou de ser encontrada somente em nossas terras.
Nossa primeira viagem ao exterior aconteceu em uma época de prosperidade no Brasil. O câmbio era favorável, ônibus começaram a fazer itinerários até os aeroportos, a internet se infestou de blogueiros viajantes e o que aprendíamos no cursinho de inglês passou a fazer muito mais sentido. De repente, dar a volta ao mundo se tornou um plano materializável pela classe média. A ira que isso despertou nas classes mais privilegiadas resultou na eleição de um governo de extrema direita. Mas isso é conversa para outros textos do blog.
Uma vez que coloquei os pés para fora, estes se tornaram cada vez menos importantes, pois agora sentia que tinha asas para voar. E eu só queria viajar para todos os países do mundo. Viagens a lazer, a trabalho, com meus pais, com amigos/as, com um eventual romance. Minha nova casa teria como teto o céu da aurora boreal, como o chão a terra das florestas tropicais, as janelas com vistas para o Caribe, as paredes erguidas entre fronteiras de norte a sul. Acabei me esquecendo de tantos lugares que ainda não havia visitado em meu próprio país e subestimei a necessidade de estar sempre perto da minha família, de gerir esses afetos, de cuidar de quem eu mais amo.
Muitas vezes, eu só queria ter pisado em um outro território, tirar fotos para postar em redes sociais e fazer a minha contabilidade. 30 países antes dos 30, esse era o menor dos objetivos. Nunca havia refletido sobre as marcas que deixava em cada lugar por onde eu passo, quase sempre negativas.
Como seres humanos, sempre deixamos rastros pelos lugares que passamos. Aprendemos que, para a nossa própria sobrevivência, ou simplesmente para a satisfação de nossos prazeres, a dor e a degradação que causamos no outro se tornam legítimas e justificáveis. Quando viajamos, sobrecarregamos o curso natural daquele lugar, da sua natureza, da sua comunidade, das pessoas que vivem ali. Causamos diversas externalidades negativas, procuramos ratificar estereótipos, agimos de forma desrespeitosa com as pessoas, com o meio ambiente, com os animais que ali habitam.
Nem sempre contribuímos para a comunidade, o que seria o mínimo. Não fazemos questão de aprender o básico do idioma e da cultura local. Comemos em fast foods, ao invés de provarmos a culinária típica; compramos marcas multinacionais, ao invés de apoiarmos o artesanato local; cremos que todos/as possuem a obrigação de saber inglês, ao invés de agirmos de forma cordial e utilizarmos expressões básicas do idioma nativo. Geramos toneladas de lixo que, muitas vezes, não terão seu destino correto; poluímos o meio ambiente ao pegarmos voos longos, com diversas escalas, só porque são mais baratos, e ao usarmos carros particulares, ao invés de darmos preferência ao transporte público.
Tudo isso para, na maioria das vezes, satisfazermos nosso ego. Visitamos tantos lugares, mas realmente nunca estivemos em nenhum deles. A pandemia me fez refletir sobre o que eu realmente buscava ao querer viajar para tantos países, em intervalos curtos de tempo, muitas vezes deixando minha consciência ambiental de lado e contribuindo para a degradação ambiental, principalmente quando visitava destinos superestimados.
Elencarei algumas dicas para nos tornamos viajantes mais conscientes, responsáveis, sustentáveis e calmas. Não precisamos conhecer o mundo de uma só vez; não precisamos pipocar de capital em capital só para dizermos que conhecemos tantos países. Precisamos saber respeitar as pessoas e os lugares por onde passamos, e isso inclui nem mesmo visitá-los, principalmente se já forem destinos super procurados ou se temos somente férias em alta temporada.
Dicas ao escolher um destino
1. Evite destinos super visitados, principalmente na alta temporada. Se for a algum deles, evite fazer somente passeios voltados a turistas e procure conhecer a cultura local.
Paris não é só Torre Effeil, Nova York não é só Times Square, Rio não é só Cristo Redentor. Quando o real não era tão desvalorizado, as viagens ao continente Europeu se tornaram bastante procuradas. Conheci muitas pessoas que retornavam de Paris e tiveram grandes decepções. Com certeza, a maioria ficou poucos dias e fez somente passeios voltados a turistas. Não deu para sentir a cultura local, conhecer os moradores da cidade, ir a lugares que os próprios locais frequentam, enfim, vivenciar a real atmosfera da cidade.
Se quiser fazer uma viagem à Tailândia, como está bastante em moda, ao invés de ir para Phi Phi, vá a Koh Phan Ngan, onde acontece a verdadeira Full Moon Party. Maya Bay, de tão visitada, perdeu quase a totalidade de seus corais. E se quiser fazer uma viagem de praia, o Brasil tem tantos lugares incríveis e bem menos visitados. Que tal uma ida a Arraial do Cabo ou à Ponta do Corumbau? Da mesma forma, repense uma viagem a Macchu Picchu ou a Fernando de Noronha, locais que podem ser facilmente degradados pela presença humana.
Infelizmente, nem sempre conseguimos viajar fora de época devido ao calendário escolar. Porém, sempre que possível, viaje nos meses considerados baixa temporada, como abril, maio, junho, agosto e setembro no Brasil. Tudo é mais barato e menos cheio. Nesses meses, o clima está agradável e menos chuvoso. E ainda podemos contribuir economicamente com as cidades que vivem essencialmente do turismo.
2. E procure destinos que não sejam tão supervalorizados.
Com a desvalorização do real, ficou cada vez mais caro viajar para o exterior, principalmente para destinos cujos países possuem moeda mais valorizada ou que estejam muito longe, como a Ásia. Esse é um momento para voltarmos os nossos olhos ao país onde moramos e a nossos vizinhos na América Latina. Há tantos destinos culturalmente incríveis, com uma natureza exuberante e ainda pouco conhecidos. Viagens ao Equador, à Patagonia Argentina, a Alter do Chão ou à Chapada das Mesas podem ser incluídas em nossos planos.
3. Se quiser conhecer algum país ou algum estado brasileiro, não visite só a capital.
É muito comum, em viagens expressas, em que conhecemos vários países ou vários estados de uma só vez, que nos restrinjamos apenas às capitais. Para conhecermos realmente um lugar, é preciso ficar mais tempo, fazer uma real imersão e isso não é sempre possível quando nos hospedamos somente nas grandes cidades. Se quiser conhecer o Chile, não vá só a Santiago: estenda sua viagem aos lagos andinos. Não fique só dois dias em casa lugar. Se quiser conhecer o Sul do Brasil, não vá de uma vez para as três capitais. Conheça os interiores de cada estado e faça três viagens diferentes, se for preciso.
4. Quando for procurar um voo, evite aqueles que são muito longos e fazem tantas escalas, ainda que os preços sejam mais atrativos. Não imprima as passagens – use sempre o QR Code.
Sempre procuramos passagens pelo Skyscanner, e quando clicamos naquelas com o preço mais baixo, deparamo-nos com voos de mais de 20h e com escalas malucas, o que não é nada sustentável. Viajar de avião já não é sustentável em si, e quanto mais nos deslocamos para lá e para cá, mais contribuímos com a queima de combustível fóssil desnecessariamente. Hoje em dia, não é mais necessário imprimirmos as passagens. Faça sempre o check-in online, ainda que tenha que despachar as malas, e use o QR Code no celular para entrar no portão de embarque.
5. Faça a sua mala de forma minimalista. Deixe espaço para eventuais compras que fizer. Compre somente lembranças que serão úteis para a pessoa presentada e recuse embalagens plásticas.
Para mim, a única parte chata de viajar é ter que arrumar mala – e desfazê-la depois. Para fazer a minha mala de forma mais racional, fiz uma lista de coisas essenciais e das quais não posso me esquecer. Penso nos dias em que estarei fora e separo metade do número de roupas, pois me obrigo a repeti-las. É interessante levar roupas com as quais possamos fazer diferentes combinações.
Quanto às lembrancinhas, atualmente tento trazer, de cada lugar por onde passo, apenas lindas fotos. Por vezes, compro artesanatos locais e que serão utilizados de alguma forma. Muitas vezes comprávamos bagulhos desnecessários, que depois viravam lixo. Se quiser presentear alguém, procure comprar algo que seja útil à pessoa e recurse embalagens para presente, a não ser que elas sejam feitas de papel ou de outro material orgânico, como a juta.
6. Já no local, dê preferência para transporte público. De uma cidade para outra, se possível, vá sempre de transportes limpos, como o trem.
Desde que voltamos a viajar no contexto da pandemia, temos evitado usar o transporte público. Ao menos, quando alugamos carro, abastecemos somente com etanol, como uma forma de minimizar nosso impacto ambiental. Infelizmente, a produção de etanol, a partir da monocultura e com a utilização, não raro, do trabalho escravo, não é nada digna ou sustentável. Contudo, sempre usávamos transporte público nas cidades pelas quais passávamos, e isso é uma forma de conhecer e vivenciar os modos de vida locais – e, também, de economizar. Entre uma cidade e outra, se houver a opção de trem, ainda que este seja um pouco mais caro, escolha-o, ao invés de ir de ônibus ou de alugar um carro, por exemplo.
Dicas para durante a viagem
1. Procure se hospedar em hotéis que possuam práticas sustentáveis.
Hotéis sustentáveis costumam ser um pouco mais caros que os demais, mas isso nem sempre é regra. Em Porto Alegre, nós nos hospedamos em um hotel muito em conta e que era todo sustentável: reutilizavam a água para os sanitários, usavam dispensers de sabonete e shampoo, tinham políticas para evitar a troca diária de toalhas e de roupas de cama e usavam aquele sistema de desligamento da energia por meio de um cartãozinho. Essas informações sobre sustentabilidade podem ser encontradas na descrição do hotel, nos sites de reserva.
2. Leve sempre seu sabonete, seu shampoo e seu condicionador – de preferência sólidos. Nunca utilize mini shampoos, mini condicionadores ou sabonetinhos em embalagens plásticas, que nem mesmo são recicláveis. Não deixe que troquem diariamente toalhas e lençóis. Não deixe luzes ou ar-condicionado ligados ao sair.
Fico apavorada quando vejo aqueles shampoozinhos em micro embalagens plásticas, de uso único e que nem mesmo são aptas à reciclagem. Quando viajar, leve todos os seus produtos de higiene e torça para que as próximas pessoas que se hospedarem naquele quarto tenha o mesmo pensamento que você!
Limpezas diárias do quarto são sempre desnecessárias, e o são mais ainda a troca de toalhas e de roupas de cama. A não ser que estas estejam excessivamente úmidas, permaneça com elas por pelo menos quatro dias. A não ser que fique mais de uma semana no mesmo hotel, permaneça com sua roupa de cama por toda a estadia. Em casa, não a trocamos em menos de sete dias, certo? Não há motivos para agirmos de forma diferente quando viajamos!
3. Evite comprar água engarrafas, principalmente em pequenas quantidades.
Garrafinhas plásticas estão em primeiro lugar no ranking de poluição das/os viajantes. Sem o nosso filtro de casa, água engarrafada parece ser a nossa única opção. Muitas vezes, compramos garrafinhas pequenas em cada lugar que passamos.
Como forma de solucionar essa desnecessária geração de resíduos, até porque o acesso à água potável é direito universal, passamos a adotar algumas práticas melhores ou menos ruins, a depender do lugar visitado.
Procure saber se a água tratada, que sai da torneira, é própria para consumo. Se o for, basta encher sua garrafinha reutilizável e ser feliz. Se não o for, antes de sair comprando água engarrafada (que nem sempre é mineral…), pergunte ao hotel ou à pousada se possuem filtro e saia à caça de bebedouros por onde passe.
Em último caso, se a compra de água engarrafada for realmente inevitável, compre galões de 5 ou 6 litros, ao invés de garrafas de 500ml, 1l ou 1,5l. E se estiver de carro, compre logo um galão de 20l, que é retornável.
4. Leve sempre seu kit sustentável na bolsa. Recuse sacolas, pazinhas, copos e talheres plásticos ou qualquer coisa extremamente embalada.
Kits lixo zero são muito úteis em viagens e contribuem para gerarmos menos resíduos quando estamos fora de casa. Canudos plásticos ainda são permitidos em diversos lugares. Tenha sempre o seu canudo de metal ou de bambu na bolsa. Sorveterias costumam fincar aquelas pazinhas de plástico mesmo quando pedimos sorvete na casquinha! Tenha sempre uma colher para evitar o uso de algo que polui extremamente o meio ambiente. Deu vontade de tomar um suco ou um mate que serão oferecidos em copinho plástico? Tenha sempre um copo de silicone com você!
Por vezes, mesmo sem planejar, precisamos comprar uma coisa ou outra no supermercado ou em uma lojinha de artesanato. Tenha sempre uma sacola reutilizável consigo e recuse embalagens plásticas.
5. Separe sempre o seu lixo e leve-o à correta destinação, ainda que isso inclua ficar zanzando com ele por aí. Não esqueça: você é responsável pelos resíduos que gera, mesmo que não esteja em sua casa.
Quando viajamos, geramos resíduos de toda forma. Compramos alimentos e bebidas em embalagens plásticas, pois são mais fáceis para transportarmos. E quase nunca há lixeiras separadas em hotéis e pousadas. Precisamos, então, fazer a nossa própria separação e levar o lixo seco ao seu correto destino. Pergunte, na recepção, se o estabelecimento faz a separação do lixo. Se não o fizer, procure containers de lixo seco pela cidade ou vá a algum ponto de coleta. Quando for à praia ou fizer trilhas, leve sempre um saquinho de lixo. Quando for comprar lanchinhos, dê preferência a frutas e a alimentos embalados em papel.
6. Prove a culinária local, mas dê preferência aos pratos baseados em vegetais.
É muito comum que pratos típicos regionais envolvam alimentos de origem animal. Mas sempre haverá alguma opção baseada em plantas. Procure comer em restaurantes locais e evite cadeias de fast food. Provar a culinária local é uma forma de vivenciar, verdadeiramente, uma nova cultura.
7. Não faça turismo com animais, mesmo que digam que não há problema, ou que o local é um “santuário”. Zoológicos, nem pensar! Não ande em charretes, em carruagens, enfim, não faça nada que explore os animais.
Eu acredito que não devemos explorar os animais de nenhuma forma. Fazer carinho em um tigre, subir em um elefante, assistir a um show de golfinhos em uma piscina podem parecer atividades fofas e inofensivas. Porém, para que esses animais selvagens se tornem dóceis e “civilizados”, muitas sessões de torturas foram a eles aplicadas desde filhotes. Ademais, eles estão completamente fora de seus habitats naturais e quase sempre enjaulados. Zoológicos são mais explícitos nesse quesito, mas muito locais que se vendem como éticos, no estilo “santuários”, adotam as mesmas práticas, só que de forma mais oculta.
Muitas cidades históricas continuam a permitir passeios de charretes e carruagens, e muitos turistas acreditam que comprar serviços como esses é uma forma de conhecer a cultura do local. Contudo, cavalos e burros são totalmente maltratados e sobrecarregados, de forma absolutamente desnecessária. Com as nossas práticas modernas, nós já fazemos tão mal aos animais e à natureza. Não existe qualquer motivo para que resgatemos práticas antigas que também fazem mal aos animais.
8. Nem todo ecoturismo é “eco” – cuidado com o greenwashing!
Principalmente quando se torna massificado, o ecoturismo pode fazer mais mal do que bem à natureza. Muitas reservas passam a ser exploradas excessivamente, trilhas são abertas, passarelas são construídas, o que atinge negativamente a fauna e a flora locais, mais lixo é gerado, o solo passa a ser degradado, nascentes podem ser poluídas. Às vezes, o que mais podemos fazer para preservar um lugar é não interferir em seu ambiente. A presença humana é destrutiva em si mesma. Portanto, passeios que são vendidos como “eco” podem ser apenas uma jogada de marketing e podem fazer mais mal à natureza do que passeios “tradicionais”. Fique atenta/o!
9. Aprenda palavras do idioma local: isso é um gesto respeitoso, gentil e nos ajuda a conhecer mais as pessoas nativas.
Precisamos nos dar conta de que nos tornamos um fardo por onde passamos. Seremos uma pessoa a mais para consumir os recursos do local, para poluir o meio ambiente, para deixar o trânsito mais caótico, para atrapalhar a rotina dos moradores. E ninguém é obrigado a falar outra língua que não seja a sua materna. Aprender algumas expressões básicas do idioma local é uma forma de respeito e de consideração ao lugar que visitamos e às pessoas que nele habitam.
10. Contribua com o comércio local, valorize o artesanato regional, procure saber a procedência do que compra. Muitas são as mulheres artesãs ou que estão à frente da agricultura familiar local. Ao fazer isso, você pode contribuir para o empoderamento delas.
Quando começamos a viajar ao exterior, comprávamos muitas bugigangas produzidas em série, de material inferior e que nem eram locais. O lixo era o seu destino certo em pouco tempo! Sempre procure conhecer e adquirir, quando necessário, o artesanato local. Aproveite para conversar com as/os artesãs/ãos e conhecer o modo de produção, os insumos utilizados e a história daquele artesanato.
Referências
http://bistroveg.com.br/viajante-sustentavel/
https://pt.hostelbookers.com/blog/ideias-de-viagem/pontos-turisticos-supervalorizados/